Translate

sábado, 22 de outubro de 2022

CRÍTICA| DEATH NOTE: BLACK EDITION VOL. IV, DE TSUGUMI OHBA E TAKESHI OBATA

    Roteirista e desenhista exploram as possibilidades narrativas de Death Note

Por Victor Hugo Sigoli de Campos  

10/10/2022     



O quarto volume da franquia em edição de luxo começa com a operação da prisão de Kyosuke Higuchi e, em seguida um salto temporal de quatro anos. A edição é consistente e questionadora, tanto com relação fórmula da história, quanto com as temáticas.

Soichiro YagamiAizawa, Mogi, Matsuda, L, e mais uma tropa de choque — usando capacetes para proteger o rosto — atraem o empresário a uma emboscada e depois de perseguí-lo o prendem. Embora, Higuchi esteja em mãos da polícia L segue desconfiando de Light, e este com Misa arma o contra-ataque em resposta à ação policial.

L, MatsudaSoichiroAizawa, Mogi, após terem contato com o caderno, começam a enxergar à shinigami Rem e, vão do susto à indagação com a monstra que é impedida de falar pelas leis do seu mundo. Ao conversar com o detetive e líder da operação, a semelhança entre ele e Light é evidente para Rem, ambos são ousados e estrategistas, principalmente, após o investigador revelar o desejo de testar o caderno da morte. O capítulo “Sequestro” inicia em 2009, três anos após os eventos do início do quarto, durante esse período o jovem Yagami ingressa no Departamento de Comunicação da Agência Nacional de Polícia japonesa e, pede à namorada para dar continuidade nas execuções, então, surgem grupos venerando  Kira e países lhe declarando apoio.













  











Personagens novos são apresentados, Near (chamado de N) e Mello, uma organização terrorista norte-americana, o diretor de um orfanato, e o shinigami Daioh. O roteirista Tsugumi Ohba deixa explícita a ideia de adolescentes órfãos superdotados trabalhando em conjunto com agências investigativas, N trabalha com a SPK e deve investigar Kira, já, Mello se uniu à tal organização que enseja os poderes do death note. Os garotos se conhecem desde a infância, ambos gostariam de ser escolhidos por L para sucedê-lo, tornando-os rivais.

A arte de Obata, assim como, nas edições anteriores é autoexplicativa e constrói ideias e simbolismos, ao fazer transições de um núcleo de personagens a outro, enfatiza, cidade — prédio — apartamento, destacando as localidades em que o enredo se passa, e capas sempre inspiradas nas pinturas renascentistas. Enquanto, N está coordenando uma missão para obter o caderno constrói um castelo de dados que é destruído, simbolizando seu fracasso. É inerente a comparação de Near com Ryuzaki, pela forma como se comportam, Tsugumi escreveu N baseando-se em L, o garoto age automaticamente em cada situação, está sempre enrolando o cabelo, e Mello é a explanação da ideia para criação de seu antecessor, comportamento rebelde, sua expressão doida, comendo chocolates para intimidar seus alvos e, expondo crucifixos, por quê? 

A cena de apresentação do shinigami Shidoh e sua busca para salvar seu caderno revela segredos, reforçando o argumento de mundos em paralelo, além de, demonstrar seu poder em uma cena de ação, os shinigamis observam e manipulam portadores do death note, possibilitando a existência de realidades alternadas. A série sempre teve enredo e ideias desenvolvidas com verossimilhança, destacando se também por reviravoltas e esse aspecto se mantém neste volume, também, os autores explorem de forma profunda os elementos visuais. Textualmente, os autores subvertem e distorcem a própria fórmula, até regras do caderno se tornam falsas, agravando as impactantes conjunturas que serão definitivas para as sequências. 

Sugestão: Crítica: Death Note Vol. III 




 

















     





















Ficha técnica do livro 

País de origem: Japão 

Nome: Death Note - Black Edition Vol. IV

Autor: Tsugumi Ohba, Takehsi Obata

Editora original: Shueisha  

Data original de publicação: 2003

Editora no Brasil: JBC

Tradução: Rica Sakata  

Data de publicação: 2010

Páginas: 400