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sábado, 23 de outubro de 2021

CRÍTICA | DEATH NOTE: BLACK EDITION VOL. II, DE TSUGUMI OHBA E TAKESHI OBATA

     Suspense psicológico e envolvente 

Escrita por Victor Hugo Sigoli de Campos 20/10/2021                                   

O segundo volume começa a partir do momento em que terminou o primeiro, quando Light Yagami está procurando câmeras e escutas da polícia em seu quarto com a ajuda de Ryuk. A narrativa da sequência é marcada pelas implacáveis investigações lideradas pelo investigador L ao assassino em série Kira, muitas surpresas aguardam os leitores, são as consequências de ações e decisões tomadas no primeiro volume.

Light está empenhando-se em obstruir os progressos da polícia, e L tem o objetivo de aproximar-se dele, pois, o considera suspeito de ser Kira, então, convida-o para integrar sua equipe. Light e L ingressam na Universidade Tou-Oh, e no primeiro dia de aula jogam uma partida de Tênis muito disputada, o detetive mais eficiente do mundo contra o assassino mais calculista do mundo, demonstrando a rivalidade entre duas mentes brilhantes e que se atraem com o objetivo de superar à outra. O Shinigami Ryuk continua sua participação de forma cômica e de indiferença com relação à humanidade, revela de forma direta sua intenção com o protagonista, intensificando à atmosfera sobrenatural. 




A trama ganha novos personagens, a Shinigami Rem e o Segundo Kira, que são unidos por fatalidades, e a obrigação de Rem é proteger o novo assassino. Esse novo Kira também age executando criminosos, e apoia e protege o Kira original das emissoras de televisão e da polícia, o seu objetivo maior é conhecer o seu “Criador”. Enquanto, as suspeitas em torno de Light crescem, seu pai, um dos investigadores da equipe de L tem o objetivo de salvá-lo das operações. L é o personagem mais enigmático da narrativa, de forma que cada parte da sua origem é abordada de forma contida e, seu comportamento peculiar. 

Os desenhos de Takeshi Obata mantém o nível de qualidade do primeiro volume, destaque para o contraste entre Ryuk e Rem, representações das personalidades, do Kira e do Segundo Kira. O roteiro de Tsugumi Ohba continua explicativo e objetivo, sem frases de efeito, e suscitando as discussões psicológicas na vida de adolescentes.

Death Note volume dois impacta tanto quanto o primeiro, tem personagens que fazem a trama avançar de forma surpreendente. Os temas abordados: Uma mente brilhante atrai outra, um assassino atrai outro, e os deuses representam o que as pessoas são e desejam, determinarão os rumos da saga.      

Sugestão: Crítica Death Note: Black Edition Vol. I


mitem.auction.co.kr 













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Ficha técnica do livro 

País de origem: Japão 

Nome: Death Note - Black Edition Vol. II

Autor: Tsugumi Ohba, Takeshi Obata. 

Editora original: Shueisha 

Data original de publicação: 2003

Editora no Brasil: JBC Editora 

Tradução: Rica Sakata 

Data de publicação: 2010

Páginas: 400













  

                                      


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

CRÍTICA | AUTO DA BARCA DO INFERNO, DE GIL VICENTE

 Escrita por Victor Hugo Sigoli de Campos em 03/10/2021



 

Auto da Barca do Inferno é um livro escrito pelo dramaturgo português Gil Vicente em 1517, durante o Humanismo (Renascimento), movimento que princípio um o Antropocentrismo, a racionalidade, e valorização do corpo humano e das emoções. O livro insere personagens de diferentes classes sociais, clero, nobreza e povo, em um rio imaginário onde compreendem se devem entrar no Paraíso ou no Inferno, com o Anjo e o Diabo exercendo o papel de juízes na história.

Os personagens julgados são o Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Parvo, Frade, Alcoviteira, Corregedor, Procurador, Judeu, Enforcado, e Os Quatro Cavaleiros,  todos querem entrar na Barca do Anjo, ou seja, ir para o Paraíso. Todos os personagens são julgados pelo Anjo e o Diabo, conforme, as atitudes as ações dos personagens praticaram em vida, por exemplo, o Fidalgo além de usar um empregado para carregá-lo nas costas, demonstra ser prepotente e vaidoso, e mesmo assim, tenta entrar na barca do Anjo que diz: “Não se embarca a tirania neste batel divinal”, conformando-se em entrar na Barca do Diabo, sente que é preciso reconhecer as transgressões que cometeu, e é condenado por sua soberba e vaidade.

Gil Vicente estruturou sua narrativa com diálogos poéticos e elementos metafóricos, rio, barcas, porto, Anjo, Diabo, que representam conceitos. A palavra “Auto”, é uma referência ao teatro medieval, período que influenciou a tradição cultural e literária que inspiraram as ideias do autor, e também é referente aos julgamentos que os personagens estão enfrentando, ao assumirem para o Anjo e o Diabo os percalços que praticaram durante a vida, para depois serem punidos.

É perceptível que para Gil Vicente não bastava assumir ser cristão, também era necessário praticar os valores cristãos, bondade, honestidade, solidariedade, ser fiel ao que acredita. Os Quatro Cavaleiros entraram na embarcação do Anjo, porque lutaram em nome do Cristianismo, sendo assim, considerados os únicos personagens puros. Auto da Barca do Inferno demonstra que a escolha de morrer defendendo a fé católica  prevalece sobre os valores individuais, o objetivo do autor era corrigir à sociedade levando sátira e moral originadas no período medieval.         


Ficha Técnica

Nome: Auto da Barca do Inferno

Autor: Gil Vicente

Editora: Klick Editora/ Jornal O Estado de S. Paulo

Número de páginas: 112



Renascimento - Artes Enem | Educa Mais Brasil             

Resumo e análise completa do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente - Cultura Genial