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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

CRÍTICA | AUTO DA BARCA DO INFERNO, DE GIL VICENTE

 Escrita por Victor Hugo Sigoli de Campos em 03/10/2021



 

Auto da Barca do Inferno é um livro escrito pelo dramaturgo português Gil Vicente em 1517, durante o Humanismo (Renascimento), movimento que princípio um o Antropocentrismo, a racionalidade, e valorização do corpo humano e das emoções. O livro insere personagens de diferentes classes sociais, clero, nobreza e povo, em um rio imaginário onde compreendem se devem entrar no Paraíso ou no Inferno, com o Anjo e o Diabo exercendo o papel de juízes na história.

Os personagens julgados são o Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Parvo, Frade, Alcoviteira, Corregedor, Procurador, Judeu, Enforcado, e Os Quatro Cavaleiros,  todos querem entrar na Barca do Anjo, ou seja, ir para o Paraíso. Todos os personagens são julgados pelo Anjo e o Diabo, conforme, as atitudes as ações dos personagens praticaram em vida, por exemplo, o Fidalgo além de usar um empregado para carregá-lo nas costas, demonstra ser prepotente e vaidoso, e mesmo assim, tenta entrar na barca do Anjo que diz: “Não se embarca a tirania neste batel divinal”, conformando-se em entrar na Barca do Diabo, sente que é preciso reconhecer as transgressões que cometeu, e é condenado por sua soberba e vaidade.

Gil Vicente estruturou sua narrativa com diálogos poéticos e elementos metafóricos, rio, barcas, porto, Anjo, Diabo, que representam conceitos. A palavra “Auto”, é uma referência ao teatro medieval, período que influenciou a tradição cultural e literária que inspiraram as ideias do autor, e também é referente aos julgamentos que os personagens estão enfrentando, ao assumirem para o Anjo e o Diabo os percalços que praticaram durante a vida, para depois serem punidos.

É perceptível que para Gil Vicente não bastava assumir ser cristão, também era necessário praticar os valores cristãos, bondade, honestidade, solidariedade, ser fiel ao que acredita. Os Quatro Cavaleiros entraram na embarcação do Anjo, porque lutaram em nome do Cristianismo, sendo assim, considerados os únicos personagens puros. Auto da Barca do Inferno demonstra que a escolha de morrer defendendo a fé católica  prevalece sobre os valores individuais, o objetivo do autor era corrigir à sociedade levando sátira e moral originadas no período medieval.         


Ficha Técnica

Nome: Auto da Barca do Inferno

Autor: Gil Vicente

Editora: Klick Editora/ Jornal O Estado de S. Paulo

Número de páginas: 112



Renascimento - Artes Enem | Educa Mais Brasil             

Resumo e análise completa do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente - Cultura Genial                                                               

                                  

                              


       


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