Escrita por Victor Hugo Sigoli de Campos em 03/10/2021
Auto da Barca do Inferno é um livro escrito pelo dramaturgo
português Gil Vicente em 1517, durante o Humanismo (Renascimento), movimento
que princípio um o Antropocentrismo, a racionalidade, e valorização do corpo
humano e das emoções. O livro insere personagens de diferentes classes sociais,
clero, nobreza e povo, em um rio imaginário onde compreendem se devem entrar no
Paraíso ou no Inferno, com o Anjo e o Diabo exercendo o papel de juízes na
história.
Os personagens julgados são o Fidalgo, Onzeneiro,
Sapateiro, Parvo, Frade, Alcoviteira, Corregedor, Procurador, Judeu, Enforcado, e Os Quatro Cavaleiros, todos querem entrar na Barca do Anjo,
ou seja, ir para o Paraíso. Todos os personagens são julgados pelo Anjo e o Diabo, conforme, as atitudes as ações dos personagens praticaram em vida, por exemplo, o Fidalgo além de usar um empregado para carregá-lo nas costas,
demonstra ser prepotente e vaidoso, e mesmo assim, tenta entrar na barca do
Anjo que diz: “Não se embarca a tirania neste batel divinal”, conformando-se em entrar na Barca do Diabo, sente que é preciso reconhecer as transgressões
que cometeu, e é condenado por sua soberba e vaidade.
Gil Vicente estruturou sua narrativa com diálogos
poéticos e elementos metafóricos, rio, barcas, porto, Anjo, Diabo, que
representam conceitos. A palavra “Auto”, é uma referência ao teatro medieval,
período que influenciou a tradição cultural e literária que inspiraram as
ideias do autor, e também é referente aos julgamentos que os personagens estão
enfrentando, ao assumirem para o Anjo e o Diabo os percalços que praticaram
durante a vida, para depois serem punidos.
É perceptível que para Gil Vicente não bastava assumir
ser cristão, também era necessário praticar os valores cristãos, bondade,
honestidade, solidariedade, ser fiel ao que acredita. Os Quatro Cavaleiros entraram
na embarcação do Anjo, porque lutaram em nome do Cristianismo, sendo assim, considerados os únicos personagens puros. Auto da Barca do
Inferno demonstra que a escolha de morrer defendendo a fé católica prevalece sobre os valores individuais, o
objetivo do autor era corrigir à sociedade levando sátira e moral originadas no
período medieval.
Ficha Técnica
Nome: Auto da Barca do Inferno
Autor: Gil Vicente
Editora: Klick Editora/ Jornal O Estado de S. Paulo
Número de páginas: 112
Renascimento - Artes Enem | Educa Mais Brasil
Resumo e análise completa do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente - Cultura Genial
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