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sábado, 10 de dezembro de 2022

CRÍTICA| SIN CITY: A DAMA FATAL, DE FRANK MILLER

O questionamento a partir do chiaroscuro

Por Victor Hugo Sigoli de Campos            

01/12/2022



É uma história em quadrinhos no formato noir, da série Sin City desenhada e escrita por Frank Miller. O personagem principal é Dwight McCarthy vive sozinho e, faz bicos como fotógrafo, então, sua ex-namorada, Ava Lord, reaparece em sua vida criando o caos... A mulher é uma femme fatale, perigosa e sedutora, um elemento do suspense, inserido pelos autores para propiciar uma ameaça “sexualmente tentadora” ao protagonista, logo, tornando o enredo um tanto previsível, mas é interessante analisá-lo, porque, artisticamente é excepcional e recheado de detalhes intrigantes. Dwight é um "lobo solitário", irônico, autoconsciente e respeitando seus próprios limites e, sempre correndo atrás de seus desejos, ele e Ava parecem se complementar, mas é perceptível que ela está dominando e manipulando-o, a relação é ilustrada de forma eficiente por Miller.

McCarthy chama seu amigo Marv, um brutamonte, para ajudar a invadir a casa de Damien Lord, para sua ofensiva. A dinâmica entre os dois, feita de estímulos sexuais e comentários dela sobre o marido, é o recurso do autor para aumentar a tensão culminando num clímax chocante. Depois de um baque sofrido o fotógrafo precisa de ajuda para se recuperar e se vingar, enquanto se esconde no bairro Cidade Velha, recorre à líder da Gangue das Prostitutas, Gail, com teve relacionamento conturbado, ferindo os sentimentos da moça.  


Sin City - A Dama Fatal está disponível no Amazon Prime Video




















Os desenhos são bastante instigantes, sempre com um elemento específico em destaque, e por vezes, o local, onde se desenrola a ação, rodovia, mansão, ou bar que por sinal é semelhante aos salões de produções de Velho Oeste, ora Miller quer o foco no personagem, ora na sua interação com o ambiente. De manhã o fundo é pintado de branco e as pessoas de preto, a noite, a fórmula se inverte, nessa arte sempre há propensão de definir se o personagem é bom ou ruim baseado na cor, porém, o artista argumenta subvertendo a fórmula, Ava de preto, apresentando-a de vermelho, simbolizando-a como predadora...e Dwight de branco, mas nem sempre, pois, na união texto e desenho desponta uma crítica ao homem e seus desejos. Realismo quanto ao corpo e fisionomia, criando ideia de movimentos, uso de onomatopeias em cenas de automóveis, lutas, e expressões faciais que passam dúvida, raiva, paixão, entre outros sentimentos.                       














O roteiro tem diálogos longos, insinuações, metáforas, o linguajar informal que aproxima o leitor, além, de momentos voyeur, uma possível ironia do autor, pois, estamos vendo a história de um indivíduo que gosta de observar, convencer, envolver-se. A inserção do chefão da máfia Wallenquist, desenvolve complementa o arco de Eva e não deixa arestas na narrativa, porém, fica um gosto positivo de quero mais sobre os personagens secundários para os volumes seguintes, e de questionamento quanto a Dwight e suas decisões.          


SUGESTÃO: ARTIGO - A FASCINANTE EXPERIÊNCIA DE LER SIN CITY

   

Ficha técnica do livro/ HQ 

País de origem: Estados Unidos

Nome: Sin City - A Dama Fatal 

Autor: Frank Miller 

Editora original: Darkhorse 

Data original de publicação: 1993 - 1994

Editora no Brasil: Devir 

Tradução: Leandro Luigi

Ano de publicação: 2013

Páginas: 222




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