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sábado, 20 de junho de 2020

CRÍTICA | A NOITE DOS MORTOS VIVOS, DE JOHN RUSSO

                                Com roteiro livro de terror critica 

                          as tensões políticas nos Estados Unidos 

Escrita em 15/03/2020 por Victor Hugo Sigoli de Campos 

O livro A Noite dos Mortos – Vivos foi publicado pela primeira vez em 1974 e lançado no Brasil pela Darkside Books em homenagem aos cinquenta anos do lançamento do filme, é o roteiro original feito por John Russo e do filme dirigido por George Romero. A história começa quando dois irmãos estão indo visitar o túmulo do pai num cemitério que fica em uma zona rural distante da cidade, e acabam se deparando com um morto-vivo, um monstrengo cadavérico que possui forma humana, a partir disso, o enredo é dominado por medo e o horror que se misturam num contexto de luta pela sobrevivência. Os personagens principais se refugiam em uma casa, na qual, os moradores já morreram e por meio da transmissão no rádio e na televisão começam a compreender o que está acontecendo pelo país.                                                                       

Os cadáveres estão se levantando por todo o Estados Unidos, e o significado dessa escolha narrativa é estabelecer uma conexão com o momento de tensões políticas e sociais que o país enfrentava, e critica ao governo que em vez de combater as crises, era o agente causador. Enquanto os sobreviventes estão escondidos e cada vez mais transtornados, o leitor reflete sobre como proceder: devem tentar fugir ou manter posição e esperar por uma ajuda que talvez nunca chegue? Se uma decisão incorreta for tomada, todos morrerão.                                                                                                                                                        

Cada uma das personificações é fundamental para o conjunto da obra, o negro racional e calmo, o chefe de família impulsivo, o xerife determinado e experiente, são todos elementos que compõem à ideia de Russo, à mensagem que ele quer passar para nós.  Um roteiro que inovou ao escolher um terror visceral para discutir questões que preocupavam os norte – americanos na época no fim dos anos 60: Distúrbios civis, racismo, o medo do fim do mundo. O livro como um todo é uma análise e uma retratação dos medos que afligiam à população.

 

 

 


Escrita em 10/03/2020 por Victor Hugo Sigoli de Campos     

 

                                    Resenha A Volta dos Mortos - Vivos 

                        

                           Segundo livro abrange mais nuances do caos 

A Volta dos Mortos-Vivos é a sequência de A Noite dos Mortos-Vivos, escrito por John Russo, o roteirista escreveu também o roteiro  do segundo filme, que seria dirigido por Dan O’Bannon, mas foi cancelado, os roteiros dos dois filmes foram compilados pela Darkside Books na mesma edição lançada em 2018. No segundo livro o leitor é jogado pela segunda vez no meio de um distúrbio coletivo, onde as pessoas se levantam de seus túmulos para comer carne humana. O livro se passa dez anos após os acontecimentos de “A Noite dos Mortos-Vivos”, e vemos detalhadamente um novo surto começando, à metáfora para famílias quebradas, violência, cultos religiosos que acreditam que os “mortos-vivos” podem retornar, governos e jornais que apenas elevam o estado de tensão do povo.                                                                                                                                                              As protagonistas da história são três irmãs Ann, Sue Ellen e Karen que vivem no campo com o pai, Bert Miller, um homem viúvo, raivoso e amargo, eles têm sua casa invadida pelos monstrengos que vem para levar os vivos, e em seguida, por um pequeno grupo de forasteiros armados. As irmãs Miller,  assustadas e desconfiadas desde o inicio desses “visitantes”, não há como saberem se são pessoas tentando sobreviver em meio ao caos ou uma facção que se aproveita do sentimento de desespero para cometer crimes.

É uma sequência que faz parecer que tem situações piores do que corpos cadavéricos ambulantes. Em algum momento a morte chega para todos, e ela não vê sua etnia, idade, classe social, se você é adolescente, criança, rico, assassino, fazendeiro, policial, pai de família, inocente ou culpado, pois, todos são iguais para ela. Entre personagens traumatizados, corpos cadavéricos que andam, facções armadas, padres e oradores insanos, à ideia do romance é desde o inicio metaforizar às questões sociais e políticas numa histeria psicológica que acomete a todos, com dinamismo e muitas camadas para o leitor interpretar.   


Ficha Técnica: 

Nome: A Noite dos Mortos-Vivos/ O Retorno dos Mortos-Vivos  

Autor: John Russo 

Editora: Darkside Books

Número de páginas: 255


          

                                     

 



 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

CRÍTICA | AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE, DE JOSÉ SARAMAGO

                    Livro romantiza reflexões sobre a morte

 Escrita em 16/05/2020 por Victor Hugo Sigoli de Campos 

Em As Intermitências da Morte de José Saramago, lemos um longo e denso livro de como o mundo age em relação ao fim da vida. O dia começa e as pessoas param de morrer, mesmo aquelas que estão no leito de morte não morrem, é essa à premissa básica. Estranhamente, é como se à morte tivesse abandonado à humanidade.

Em nenhum lugar do mundo entende-se o que está acontecendo, esse “fenômeno”, se é que se pode chamar assim. O autor põe em discussão o medo que as pessoas tem em saber que um dia irão morrer, a morte faz parte do curso natural da vida e que ás vezes é melhor morrer do que sofrer e vegetar em uma cama. É interessante e questionador a respeito dos paradoxos morais que existem no consciente humano, todos nós sonhamos com a vida eterna, mas, afirmamos que à morte faz parte da jornada de todo ser humano. 

Na segunda parte do livro, nós conhecemos a morte em sua forma humana, metaforizada em uma mulher. A partir deste momento é perceptível que a história tomaria um ritmo romanceado, um homem e uma mulher que são muito diferentes, ele violinista, e ela é à morte, e eles se conhecem e vão flertando um com o outro.

É um livro profundo e em sua primeira metade há discussões sobre sofrimento, morte, religião e nacionalismo. Em relação à escrita de Saramago, a sua ortografia, seus pontos, parágrafos, vírgulas, e seu texto verborrágico podem tornar à leitura cansativa e enfadonha.        

 

Ficha Técnica

Nome: As Intermitências da Morte

Autor: José Saramago

Editora: Caminho - o Campo da Palavra

Páginas: 208



                                

 




 

                            

 

 

 

 

CRÍTICA | O VELHO E O MAR, DE ERNEST HEMINGWAY

             Livro conta a jornada de um homem comum

 Escrita em 23/01/2020 por Victor Hugo Sigoli de Campos    



Um homem desbravador, animais marinhos, alto – mar, barcos, o livro de Ernest Hemingway possui os melhores elementos para uma grande aventura. O livro nos apresenta Santiago, um pescador que mora em Havana, com muitas experiências acumuladas ao longo da vida, tais como, caçadas pelo mundo e o falecimento de sua esposa, mas não pesca um só peixe há três meses.                                                                                                                                                    

O seu ajudante que ele chama de “rapaz” é o garoto Manolin, que não pode mais pescar, porque os pais o impedem devido à escassez pela qual passa o seu empregador. Quando Santiago e o garoto conversam sobre baseball e o pescador mostra sua admiração pelo lendário jogador dos Yankees, Joe DiMaggio, vemos similaridade entre ficção e realidade, pois pra nós é como uma conversa sobre futebol, e começamos a ter mais empatia pelo protagonista que pouco conhecemos, por causa de Manolin e à afeição que sente por ele, que aceitamos sua personalidade e suas motivações. Então, o experiente “caçador dos mares” promete ao garoto trazer um peixe que iria cobrir a carestia que estavam enfrentando e, embarca em sua aventura.                                                                                         

No início do trajeto Santiago consegue apanhar peixes pequenos, atum, para se alimentar ao longo da viagem e, estando só e muito distante da terra – firme, é normal vê-lo externar todos os seus pensamentos e o vemos conversar com os peixes e tratá-los como se fossem “amigos”, compreendê-los por tentarem se defender dele, e enquanto nós o compreendemos como um trabalhador comum à procura do seu sustento. Após alguns dias no mar o seu anzol é finalmente mordido por um animal maior do que os anteriores, e simplesmente sai arrastando o canoa do experiente pescador. É o início de um grande desafio, um peixe que estava oferecendo resistência, e é em momentos como esse, que ele se deita no bote e sonha com a época que caçava leões na África. 

O Velho e o Mar conta uma história rica em detalhes que abordam com realismo e sensibilidade a vida de um homem simples, por exemplo, como fazer para prevenir constipações sem ter levado qualquer tipo de remédio para sua empreitada e o instante que um avião sobrevoa Santiago significa, que existem ilhas e países ao longe e ele está em “seu mundo”, no mar traçando seu destino. O ato final é incrível, o confronto entre ser humano e animal se intensificar, e as escolhas narrativas do autor se justificam na coragem do seu protagonista. É um livro premiado com o Pulitzer de Melhor Ficção em 1952, com muita verossimilhança sem deixar de lado a fantasia é uma obra que presenteia a literatura contemporânea.


Ficha Técnica 

Nome: O Velho e O Mar

Autor: Ernest Hemingway

Editora: Civilização Brasileira 

Número de páginas: 132



                                   

quinta-feira, 18 de junho de 2020

CRÍTICA | OS PRÓPRIOS DEUSES, DE ISAAC ASIMOV

      A obsessão pela ciência é o que pode levar ao fim do mundo    

                         Escrita em 10/01/2020 por Victor Hugo Sigoli de Campos        

Em 1972 Isaac Asimov nascido na Rússia e naturalizado cidadão norte – americano, escreveu o livro sobre os poderes existentes nas mãos da ciência. Contendo três narrativas a primeira se passa no universo, a segunda no para – universo, e a terceira que se passa na lua.                                                                                                                                                              

Na primeira história que começa em 2070 conhecemos um jovem e prodígio cientista chamado Frederick Hallam que criou o Tungstênio 186 um elemento químico como os existentes na tabela periódica, a Bomba de Elétrons, pela sua capacidade destrutiva e se desenvolve conforme inserem nela outras substâncias, tornando–a mais perigosa. À medida que a história avança, surgem controvérsias e vários questionamentos acerca do Tungstênio 186 e também do seu criador, que podem arruinar a reputação deste. À segunda narrativa, que acontece na realidade paralela e aborda os seres do para – universo, que possuem estrutura física, social e cultural muito diferente dos nossos padrões. 

Dependem da energia solar para sobreviver, mas o sol do para – universo está resfriando e sua civilização sabe que a qualquer momento a “Bomba de Elétrons” do universo que existe paralelamente, e que interliga os dois universos pode explodir e destruir todo o Sistema Solar.                                                                                                           

À terceira narrativa, que acontece na Lua, complementa as outras linhas temporais, vemos que os líderes da sociedade lunar decidem construir estações "ovósmicas" que retenha e neutralize à energia que é emitida pela Bomba na Terra. Asimov ganhou o prêmio Hugo e Nebula pelo livro “Os Próprios Deuses”, específico para os livros do gênero de Ficção Científica, o livro é complexo, com muitos aspectos narrativos e interpretativos. Uma ficção que discute ciência, filosofia e política, e que podem delinear o futuro do universo, o ser humano precisa tomar decisões a respeito do seu futuro, como controlar o que ele mesmo cria, constrói e desenvolve.    


Ficha Técnica 

Nome: Os Próprios Deuses

Autor: Isaac Asimov 

Editora: Aleph 

Número de páginas: 367 



                                 

  

CRÍTICA | REALIDADES ADAPTADAS, DE PHILIP K. DICK

                Contos que questionam a essência do ser humano 

Escrita em 31/12/2019 por Victor Hugo Sigoli de Campos 


O livro “Realidades Adaptadas”, lançado pela editora Aleph em 2012 compila os contos do escritor norte-americano Philip K. Dick, publicados pela primeira vez entre 1952 e 1954, pelas revistas de ficção científica, Space Science Fiction, Astounding, Imagination e If. Ao lermos somos levados a uma sequência de histórias, a primeira se passa em Marte e é protagonizada por um agente, a segunda por um militar numa guerra nuclear, entre outras. Em todas, o ser humano e tecnologia se envolvem intensamente.                                                                                                                                
Foi a primeira vez que li e posso dizer que a escrita do autor é objetiva e sempre carregada de mistérios a ponto de conseguir por o leitor em dúvida sobre o que é ser humano e o que é robô, uma impressão que tive em todas as histórias era de que haveria desdobramentos inesperados, logo, muitos questionamentos. Dick se inspirou em autores consagrados do gênero de ficção científica da década de 30 e 40, como Olaf Stapledon, que escreveu “Odd John”, livro sobre um super-homem psiônico que vem à terra para subjugar à humanidade, e Alfred E. Van Vogt, autor de “Slan”, cujo tema é uma comunidade de pessoas com superpoderes que são perseguidas pelas pessoas normais. Compreendo que alguns acontecimentos históricos também podem ter influenciado suas histórias, como à substituição dos trabalhadores por máquinas dentro das fábricas durante o período da Segunda Revolução Industrial e na evolução tecnológica que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.                                                                                                                            

O compilado que contém sete contos é também um convite para à leitura de seus outros livros para aqueles que não o conhecem, e uma homenagem para os leitores que já o conheciam. Um livro que se apropria de fatos e elementos do passado e do presente para visualizar o futuro, onde, à realidade em que o ser humano está é questionada tanto quanto à sua própria essência.

 

Ficha Técnica 

Nome: Realidades Adaptadas 

Autor: Philip K. Dick

Editora: Aleph 

Número de páginas: 302



                              

     

 

 

 


CRÍTICA | A METAMORFOSE, DE FRANZ KAFKA

Parasitismo e tortura psicológica no ambiente familiar       

Escrita em 20/12/2019 por Victor Hugo Sigoli de Campos                 

                           



O livro do tcheco Franz Kafka foi publicado pela primeira vez na Alemanha em 1915, fala sobre o caixeiro viajante Gregor Samsa, um homem que mora em casa com a família. O leitor já no começo se depara com o clímax da narrativa, pois, o protagonista acorda transformado em um besouro ou barata e, também resignado, tendo que lidar com a situação de estar transformado em um inseto gigante.                                                                               
O protagonista vive trancado dentro de um quarto enquanto seu pai prepara seu uniforme e a sua irmã o alimenta na entrada do recinto, como se fosse um leproso, para que depois “vá bater o ponto”. Como seus pais estão desempregados e sua irmã ainda é menor de idade, torna-se ainda mais importante que ele tenha um emprego, porque sua família tem dívidas para quitar.                                                                                                                                      
Sem ter qualquer contato com o mundo, o caixeiro – viajante fica enclausurado e escondido de tudo e de todos e, depois de ter sido utilizado pelos familiares como um meio para receberem dinheiro, depois de descobrirem sua metamorfose, passam a tratá-lo como um animal. Denota-se à crítica às famílias do século XIX e XX, por obrigarem os filhos a trabalharem apenas pelo seu sustento e nunca por eles mesmos, situação que se transforma em tortura psicológica em que é submetido o protagonista e, certamente é a razão pela sua metamorfose. 


Ficha Técnica 

Nome: A Metamorfose 

Autor: Franz Kafka

Editora:   Nova Cultural

Número de páginas: 110 

                                  



  


quarta-feira, 17 de junho de 2020

CRÍTICA HQ | O REI AMARELO

   Uma HQ brasileira de terror 

           Por Victor Hugo 

             17/06/2020
            
     






A história em quadrinhos “noir” O Rei Amarelo, é uma coletânea de histórias escritas por autores brasileiros, baseadas na obra literária do escritor inglês Robert W. Chambers. Histórias de cotidiano em que o terror se revela na vida das pessoas, envolvendo o leitor e se fazendo presente na vida das pessoas. 

Os autores escolheram histórias que acontecem em épocas e contextos diferentes, por exemplo, na vida contemporânea e década de 30. Os personagens são pouco desenvolvidos e apenas são inseridos na história de forma casual, enquanto o leitor observa o dia a dia de cada um deles. As histórias convencem pela forma moderna de fazer o terror e como ele surge para os personagens e transforma suas vidas e, acarretando a finais sempre insanos e sanguinários.                                  

 
                                                                 Maldita Rotina 




                 


                                                                                     
                                                                       A Boneca





                                                                      Medíocre




                                                Taxidermia Anímica 






                                                                         O Rei dos Ratos




                                         Fantasmas na máquina




                                          A Rainha de Amarelo 






                                                                  Caninos



Ficha técnica do livro/ HQ 

País de origem: Brasil 

Nome: O Rei Amarelo 

Autor: Pedro Pedrada, Tiago P. Zanetic, Lucas Chewie, Maurício R. B. Campos, Péricles Ianuch, Airton Marinho, Marcos Caldas, Erik Avilez, André Freitas, Tiago Rech, Victor Freundt, Rafael Levi, Samuel Bono, Raphael Salimena.  

Editora original: Draco 

Ano original de publicação: 2015

Editora no Brasil: Draco 

Tradução: -

Ano de publicação: 2015

Páginas: 163